sexta-feira, 29 de março de 2013



50 ANOS DE BEATLEMANIA



Nelson Lourenço, escritor, jornalista e estudioso da música pop, discorre sobre a importância da beatlemania como fenômeno cultural e sua influência na música até os dias de hoje.
                                                 27/04, sábado, às 17h – livre. 


EM ABRIL

AULAS DE XADREZ PARA INICIANTES
Noções básicas de xadrez para aqueles que estão começando. Com Marcelo Alcalá e Marcos Freitas. Às quintas-feiras, dias 04, 11 e 25, das 14h às 15h.





terça-feira, 28 de outubro de 2008

Narrador tendencioso

JONAS, O CRIMINOSO

Segunda-feira à tarde, Jonas saiu de casa disposto a cometer um crime, só não sabia qual. Pensou num estelionato, anunciando a um idiota qualquer que possuía um bilhete premiado, que queria vendê-lo por uma bagatela, porque teria de viajar com urgência. O problema era que, desde as aulas de teatro da 2ª série, seus papéis sempre foram de pedra, árvore ou coruja. Seria um fracasso no papel de trambiqueiro.
Assaltar uma velhinha, anunciando a clássica frase "a bolsa ou a vida" nem pensar; quando conversava com um desconhecido, gaguejava tanto que suas frases não iam além da terceira sílaba. Bater carteira dentro de um ônibus lotado também não; suas mãos tremeriam tanto que jamais se encaixariam no apertado bolso traseiro de uma calça.
Ocorreu-lhe então a idéia de um estupro, mas era extremamente tímido com as mulheres. Se com as conhecidas só funcionava na meia-bomba, imagine então com uma estranha. Nem duas cartelas de viagra o salvariam de um vexame.
Homicídio. Sim, esse seria um belo crime. Mas como rasgaria alguém de ponta a ponta com um punhal se mal conseguia cortar uma cenoura em rodelinhas? Como mataria alguém com um revólver se qualquer tipo de estrondo, até o espocar de uma bexiga, desencadeava nele uma profunda crise nervosa?
Desapontado com a sua incompetência, Jonas caminhava por uma larga avenida quando chamou sua atenção um cartaz, colocado na parede de um bar, com belos desenhos de animais do jogo do bicho. Apreciava os desenhos, quando notou um pequeno pedaço de papel no chão e abaixou-se para apanhá-lo. Mal o recolheu, um ensurdecedor barulho de sirene quase o matou de susto.
"Mão na cabeça, vagabundo! Não sabe que fazer jogo de bicho é ilegal? Dá aqui essa aposta", disse o policial grandalhão, tomando-lhe o papel.
Ao invés de explicar o equívoco, Jonas começou a gritar feito louco:
"Viva, viva, viva!!! Finalmente cometi um crime. Agora sou um homem digno, que faz alguma diferença para a humanidade. Leve-me já pra delegacia. Terei imenso prazer em ser algemado, andar de camburão e ficar num xadrez sujo e fedorento, convivendo com a escória da sociedade, da qual agora faço parte."
No distrito policial, o delegado foi taxativo:
"Senhor João Jonas dos Santos, o senhor responderá ao processo em liberdade e não ficará preso. Ao final, pagará uma cesta básica a uma instituição de caridade e tudo bem."
"Mas como tudo bem?! Eu precisava cometer um crime e agora que consegui, o senhor vai me liberando assim, sem mais nem menos?"
" Tecnicamente o senhor não cometeu um crime, e sim uma contravenção, que é algo bem menor, quase sem importância nos dias de hoje..."
"Algo menor?! Quase sem importância?!?!?!"
Inconformado, Jonas foi até o parapeito do 3º andar, onde ficava a sala do delegado, e anunciou:
"Eu vou pular, eu vou pular...vou pular e cometerei o crime de suicídio."
"Suicídio não é crime", gritou o delegado, "pois com você morto não teríamos a quem punir."
"E se eu não morrer?", berrou Jonas, explodindo em prantos.
"A tentativa de suicídio também não é punida na legislação brasileira", bradou o delegado.
Humilhado, Jonas não hesitou, e pulou. No trajeto, colidiu com o toldo de uma loja e estatelou-se no chão. Ergueu a cabeça e viu perto de si o policial grandalhão, contendo o choro e dizendo, emocionado e com a voz embargada:
"Sou estudante de direito, e você danificou o toldo da loja. Além de ressarcir o prejuízo financeiro, há no código penal um crime chamado "crime de dano"...
Quando Jonas esboçava um sorriso, chegou o delegado, interrompendo o policial e dizendo, em tom professoral:
"O soldado Nascimento está certo, senhor Jonas, o crime de dano existe. Porém, só quando é cometido com intenção, com dolo, que é como se diz no direito. Lamento informá-lo mas, tecnicamente, o senhor não cometeu crime algum."
"Tecnicamente eu sempre serei um bosta", murmurou Jonas, antes do último suspiro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

BOTAS

BOTAS

Não se usam nas coxas,
estão longe da bunda,
e a léguas das tetas.

Então, responda-me,
oh, sábio punheteiro:
Por que as mulheres
sempre ficam mais gostosas
quando usam botas?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

CURIOSIDADES SOBRE O HAI-KAI - (Parte 1)

Diz a mitologia poética que, no vasto espaço sideral onde viviam os poemas, havia um serzinho por todos ridicularizado em razão do seu diminuto tamanho: o Hai-Kai.
Seu principal algoz era o gigante POEMA ÉPICO, que não dava mole para o inofensivo Hai-Kai, esculhambando-o a todo instante por causa da deficiência vertical do meigo poeminha.
Cansado de tanto ser humilhado, nosso amiguinho orou fervorosamente, por 171 dias e 171 noites, pedindo ajuda ao Divino Criador das Asneiras Metrificadas.
Suas orações começaram, então, a produzir misteriosos resultados. O espaço sideral passou a ser dominado pela vanguardista legião dos Poemas Livres, que pregavam o verso-livre, o amor-livre, o passe-livre, o sempre-livre, o deus-me-livre e uma porção de outros (-livre) que continuam existindo até hoje.
Percebendo que nos pequenos poemas é que se escondem os mais aromáticos perfumes literários, os Poemas Livres incumbiram o Hai-kai de uma missão deveras especial: levar alegria, entretenimento e poesia a um pequeno povo na Terra, situado no sudoeste asiático, na região que corresponde atualmente à chamada Tríplice Fronteira: Japão, China e Coréia.
O restante da história, todos vocês já sabem. O Hai-Kai fez tanto sucesso entre os orientais
que rapidamente espalhou-se pelo mundo, tornando-se o fenômeno poético que encanta a todas as gerações.

SEM MAIS DELONGAS...

...VAMOS AO QUE INTERESSA.
Para os desinformados que ainda não ouviram o meu nome nos meios literários, não há com o que se preocupar. A partir de hoje vocês terão a oportunidade de aprender muito com os meus escritos, com a sabedoria das minhas palavras, com a profundidade das minhas reflexões, com a humildade da minha pessoa.
Vários literatos já tentaram definir o meu estilo, mas nunca chegaram a um acordo. Para Antunes Madeiraço, crítico de literatura da Gazeta da Brasilândia, "Eunápio escreve no melhor estilo eufórico-grotesco-retumbante"; para Melquíades Sampaio, professor de inglês do CCAA da Vila Ré, "as obras de Eunápio atingem o mais belo ideal sutil-anacrônico-delirante"; para Terezinha Storvant, poeta e editora da festejada revista cultural 'Presepadas literárias', "Masturgo não escreve, ele expele pelos poros de suas mãos os mais deliciosos poemas polimórficos-expurgantes-desafiadores". Ficaria horas elencando tentativas frustradas de definições do estilo das minha escrituras, mas deixo a vocês aquela que, na minha MODESTA opinião, foi a mais singela e a que mais me comoveu, feita pelo jovem Kléberson Cafundó, escritor do Jardim Atrás do Morro, de São Vicente:

"Ah, mano, o Eunápio me influenciou um montão. É mó difícil definir o gigante que o cara é. Mas, já que me pediram um palpite, eu não vou arregar: O Masturgo tem um puta de um estilo rin-tin-tin-xou-da-xuxa-beque-de-fazenda."

É isso, adoráveis crápulas. Acho que, por enquanto, não preciso dizer mais nada. O Kléberson já disse quase tudo.

domingo, 28 de setembro de 2008

BLOG EM MANUTENÇÃO

TESTANDO, UM, DOIS, TRÊS... TESTANDO...