Diz a mitologia poética que, no vasto espaço sideral onde viviam os poemas, havia um serzinho por todos ridicularizado em razão do seu diminuto tamanho: o Hai-Kai.
Seu principal algoz era o gigante POEMA ÉPICO, que não dava mole para o inofensivo Hai-Kai, esculhambando-o a todo instante por causa da deficiência vertical do meigo poeminha.
Cansado de tanto ser humilhado, nosso amiguinho orou fervorosamente, por 171 dias e 171 noites, pedindo ajuda ao Divino Criador das Asneiras Metrificadas.
Suas orações começaram, então, a produzir misteriosos resultados. O espaço sideral passou a ser dominado pela vanguardista legião dos Poemas Livres, que pregavam o verso-livre, o amor-livre, o passe-livre, o sempre-livre, o deus-me-livre e uma porção de outros (-livre) que continuam existindo até hoje.
Percebendo que nos pequenos poemas é que se escondem os mais aromáticos perfumes literários, os Poemas Livres incumbiram o Hai-kai de uma missão deveras especial: levar alegria, entretenimento e poesia a um pequeno povo na Terra, situado no sudoeste asiático, na região que corresponde atualmente à chamada Tríplice Fronteira: Japão, China e Coréia.
O restante da história, todos vocês já sabem. O Hai-Kai fez tanto sucesso entre os orientais
que rapidamente espalhou-se pelo mundo, tornando-se o fenômeno poético que encanta a todas as gerações.
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